Nesta sexta-feira, 14 de março, às 9h, a Câmara Municipal de Goiânia concederá o Título de Cidadão Goianiense ao juiz de direito Abílio Wolney Aires Neto. A homenagem, proposta pelo vereador Anselmo Pereira (MDB), reconhece sua trajetória na magistratura, sua contribuição para a literatura e sua atuação na preservação da cultura goiana.
Nascido em Dianópolis, no que hoje se chama Tocantins, Abílio cresceu imerso na arte dos sentimentos e dos escritos. Filho da poetisa Irany Wolney Aires e do cartorário Zilmar Póvoa Aires, seu destino parecia traçado entre os tomos da justiça e os versos da cultura. Em 1989, ele atravessou as portas de Goiânia para ingressar na faculdade de Direito, abrindo caminho para um futuro onde o rigor das leis se encontraria com a doçura das letras.
Sua carreira floresceu rapidamente: em 1993, ingressou no Ministério Público de Goiás, e seis anos depois, a Magistratura o acolheu, permitindo que sua voz – tão afinada quanto a de um poeta – ecoasse na 9ª Vara Cível, onde há 15 anos imprime a cadência dos processos, sempre com celeridade e humanidade. Mas Abílio Wolney Aires Neto não se contentou apenas com os parágrafos e sentenças; ele também dedicou sua alma à literatura, publicando 16 títulos e encantando leitores com obras que transbordam história, pesquisa e poesia, como a marcante série O Barulho, que resgata os murmúrios do norte goiano.
Membro ativo de entidades culturais e acadêmicas — como a Academia Goiana de Letras (AGL), a Academia Goianiense de Letras (AGnL) e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) — seu olhar atento para o tempo e a memória se materializa, inclusive, na obra Anápolis em Páginas Antigas, fruto de uma parceria literária que se estende até as modernas telas dos e-books. Honrado em diversas cidades de Goiás e laureado com o Troféu Darcy Ribeiro em 2019 e 2021, sua história é um entrelaçar de compromisso e arte, que transcende o mero exercício da lei.
Nesta celebração, a cidade de Goiânia não apenas reconhece um magistrado exemplar, mas celebra um ser que, com a caneta e o martelo, esculpiu um legado onde a Justiça e a Literatura se equilibram em perfeita harmonia.