Sumário
Na faculdade de Filosofia, tive a oportunidade de cotejar alguns pensadores e elaborar um pequeno artigo, onde pude perceber que, ao longo da história, o conceito de Deus foi abordado de maneiras diversas por grandes pensadores.
Baruch Spinoza rompe com a visão teísta tradicional ao definir Deus como uma substância única e infinita, sendo idêntico à Natureza (Deus sive Natura). Para Spinoza, Deus não é um ser separado que intervém no universo, mas é a própria substância que sustenta toda a existência. Esse panteísmo sublinha que a divindade se manifesta nas leis e na ordem natural, tornando a compreensão da Natureza equivalente à compreensão de Deus.
Em contraste, Friedrich Nietzsche declarou a “morte de Deus” como um ponto central de sua crítica ao niilismo, argumentando que os valores religiosos e morais tradicionais haviam perdido seu poder sobre a humanidade. O niilismo nietzschiano surge dessa constatação da ausência de sentido nos antigos sistemas de valores. Nietzsche diferenciou entre niilismo passivo, caracterizado por resignação, e niilismo ativo, que vê a crise de valores como uma oportunidade para a criação de novos significados. Essa criação é representada pela figura do Übermensch (Super-homem), que constrói seus próprios valores sem depender da moralidade tradicional.
Karl Marx, embora não diretamente relacionado ao niilismo, oferece uma crítica que também implica na superação de sistemas opressivos e alienantes, como o capitalismo. Marx vê a ideologia burguesa e a alienação como formas de “falsa consciência”, nas quais os valores da classe dominante são impostos. A transformação da sociedade em uma sociedade sem classes representaria, para Marx, a superação da alienação, fornecendo um novo sentido à vida social e econômica.
O Espiritismo, por sua vez, oferece uma visão essencialmente antagônica ao niilismo. Para o Espiritismo, a vida tem um propósito definido: a evolução espiritual contínua. Cada encarnação é uma oportunidade de progresso moral e intelectual, e a morte é uma transição para uma nova fase da existência. Sob a ótica espírita, o niilismo é visto como uma perspectiva equivocada, originada da ignorância sobre a continuidade da vida após a morte e o propósito espiritual maior, regido pelas leis de causa e efeito e pela reencarnação.