Você já se pegou dizendo essas frases para si mesmo(a) ou para alguém: "Se estou só, não sou ninguém", ou, "Ninguém gosta de mim"? Esses pensamentos são identificados na Terapia Cognitivo-Comportamental como distorções cognitivas – padrões de pensamentos que não refletem a realidade.
Ao contrário do que se pensa (e brincando um pouco aqui...), a solidão não é um fantasma que todos os dias pega no seu pé e te assombra no meio do seu sono mais profundo. Desfazendo essa imagem negativa, a solidão é, na verdade, um sentimento natural, que deve andar de mãos dadas com o amor por si próprio.
Sentir solidão sem se sentir solitário é uma condição psíquica fundamental para a construção de um "Self" ou "Eu" fortalecido. Mark W. Baker, um terapeuta com formação em Psicologia e Teologia, disse que Jesus Cristo foi o maior psicólogo, e, em seu primeiro mandamento - está dito: "Amai ao próximo como a ti mesmo".
Amar a si próprio implica em sentir-se bem consigo mesmo(a), ainda que na companhia de outros. Sentir solidão, nesse contexto, é lançar mão de sua própria companhia, permitindo-se ser o(a) seu(a) maior companheiro(a). E isso é um ato de amor próprio, uma vivência profunda de autocuidado.
Se as frases citadas no início lhe "pegaram", se as repete com frequência e elas não estão lhe deixando em paz, trata-se de um sinal de que precisa se cuidar. Esses pensamentos distorcidos representam uma construção sofrida de crenças limitantes, que muitas vezes têm origem na formação "parental" – a forma como as figuras de cuidado lhe trataram e avaliaram é a mesma que você usará consigo. Desafiar esses pensamentos, buscar novas formas salutares de relacionar consigo mesmo(a) e com as pessoas que importam é o primeiro passo na jornada de sua própria reconstrução.
Não deixe de reformar as "arestas" falhas das paredes de sua casa mental. Você merece ter paz e ser feliz.
