Sumário
Na noite da quinta-feira, 3 de abril de 2025, o jornalista Arthur da Paz, fundador do jornal Liras da Liberdade, recebeu uma carta psicografada do seu irmão Fábio Nasser Custódio dos Santos, no Centro Espírita Irmã Dulce, no Setor Faiçalville, em Goiânia. Arthur tinha palestra agendada e fez, para o público, uma preleção intitulada “A vitória do espírito sobre as más inclinações”. A psicografia foi recebida pela médium Divina Barros e foi a primeira a ser lida.
Ao lado do presidente da instituição, o senhor Silvio Niraldo, Arthur compôs a mesa e conduziu a reunião pública, desde a abertura, com a prece, a leitura do Evangelho e a palestra. Concluída a palestra, os participantes receberam o passe magnético e tomaram a água fluidificada. Logo, a médium Divina Barros entrou no salão com as cartas psicografadas em mãos e iniciou a leitura em voz alta.
“No início deste ano escrevi, pela primeira vez, numa folha de papel em branco, as metas que gostaria de cumprir. Felizmente, uma delas é falar, ao menos uma vez por mês, nas casas espíritas e compartilhar, com toda a comunidade, fundamentos sobre Jesus”, afirmou Arthur.
“O conteúdo, tão generoso, me emocionou profundamente. A saudade do meu pai é infinita. Antes, quando vivo no corpo, ele era minha luz. Agora, eterno no espírito, ocupa o espaço total da minha alma. Portanto, receber notícias dele por meio do Fábio, o irmão que me trouxe ao Espiritismo, é de uma alegria incabível no peito apertado”, confessou.

Análise da Psicografia
A mensagem que ora se apresenta, proveniente de espírito que se identifica como Fábio Nasser Custódio dos Santos, constitui-se em valioso testemunho da continuidade da vida após a morte do corpo físico, e da afeição que persiste além do túmulo. A carta, dirigida a Arthur da Paz, carrega os traços da pessoa que expressa amor, encorajamento e fraternidade eterna, em perfeita harmonia com os princípios espiritistas.
A identidade espiritual do autor da carta
A autenticidade de uma comunicação espiritual deve ser apreciada pelo seu conteúdo moral, pela elevação de pensamento, e por traços evidentes da continuidade do caráter do espírito comunicante. Nesta missiva, observamos com clareza o mesmo Fábio Nasser que por 23 anos enviou cartas psicografadas ao Batista Custódio, inclusive uma na véspera da morte do idealizador do Liras da Liberdade.
A importância do amor como princípio divino
A frase: “O amor é a mola que mexe com todos os sentidos da vida” sintetiza, de modo admirável, a essência do Evangelho segundo o Espiritismo. O amor, conforme o Cristo e confirmado pelos Espíritos Superiores, é o princípio vivificador do universo, a força que rege os mundos, a razão da existência.
Livre-arbítrio e responsabilidade espiritual
A mensagem também destaca: “A jornada é de cada um, conforme suas escolhas”, o que nos remete diretamente ao princípio do livre-arbítrio. Segundo a doutrina espírita, cada Espírito é artífice do próprio destino, colhendo invariavelmente os frutos daquilo que semeia. Nessa perspectiva, a frase: “a colheita faz jus ao que plantamos” expõe uma clareza doutrinária irretocável. Deus, em Sua justiça e bondade perfeitas, permite que cada um avance segundo o esforço próprio, sem favoritismos, sem castigos eternos, mas com consequências naturais de seus atos.
Autenticidade dos laços afetivos
A referência feita pelo Espírito à filiação do coração — “O pai se orgulha daquele que deveria ser do próprio sangue, mas o coração também o adotou” — constitui um eco direto dos ensinamentos sobre as famílias espirituais, como abordado no Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIV. Os laços verdadeiros não são os do sangue, mas os do Espírito. As afinidades, as provas partilhadas, os amores desenvolvidos ao longo das existências, tecem os vínculos reais que, por vezes, se consolidam ainda na Terra, sob formas diversas da filiação consanguínea.
A missão e a crítica
O Espírito dirige palavras de apoio ao Sr. Arthur da Paz, dizendo: “Você tem sido a união, a junção dos dois lados da vida.” Isso revela um reconhecimento de missão — ainda que pessoal e discreta — de ligação entre o mundo material e o mundo espiritual. Quando acrescenta: “Sei que não se importa com as críticas...”, vemos a advertência caridosa para manter-se fiel ao bem, mesmo diante da incompreensão. O Espírito alerta que “a verdade não tem meio-termo”, expressão que nos recorda a máxima de Jesus: “Seja o vosso dizer: sim, sim; não, não.” A integridade moral, a coerência com os valores cristãos e a fidelidade à consciência são virtudes que, mais do que quaisquer dons exteriores, fazem o verdadeiro missionário.
Conclusão: mensagem edificante e consoladora
Esta carta psicografada apresenta todos os caracteres das comunicações sérias: linguagem nobre, ensinamentos elevados, ausência de frivolidade ou de interesse pessoal. É, pois, digna de atenção e recolhimento. Ao sr. Arthur, cumpre a responsabilidade de acolher tais palavras com humildade e coragem. À médium Rosana, nossos votos de perseverança e vigilância. E aos que leem esta carta, que nela encontrem a certeza de que o amor verdadeiro, sustentado pela fé e pelo trabalho no bem, jamais será vencido pelo tempo ou pela morte.
O menino Arthur
Para os leitores, que desconhecem o vínculo de Batista e Arthur, é válido resgatar trecho escrito pela presidente da Academia Goianiense de Letras (AGnL) sobre o jovem. Doutora em Ciências da Saúde, pela Faculdade de Medicina da UFG e doutora em Ciências da Religião, pela PUC-GO, Marislei Espíndula Brasileiro publicou no jornal Diário da Manhã um texto de boas vindas a Arthur e registrou uma breve biografia:
“Arthur da Paz nasceu em Goiânia, no Setor Campinas, no Hospital Santa Lúcia, dia 18 de março de 1986, ao meio-dia. Filho da dona-de-casa Marly Vieira, viveu seu primeiro ano de vida no Setor Parque Industrial. Seu genitor, Carlos Magno da Paz, faleceu no ano seguinte.
Sua mãe, Marly, trabalhava há seis anos na casa do jornalista Batista Custódio, já divorciado. Nos idos de 19 de setembro de 1987, começa o relacionamento de Batista com a moça que zelava de sua casa. O casal viveu junto por 37 anos, até o último dia de vida do jornalista, em 23 de novembro de 2024.
Pode-se dizer, pois, que o menino Arthur da Paz foi o primeiro filho da relação entre Batista e Marly, sendo filho único até seus 18 anos. Quando em seguida vieram seus irmãos João do Sonho e Maria do Céu.
Batista Custódio guiou o menino Arthur à erudição. Apresentou-lhe a música clássica, ordenou-lhe que lesse os filósofos atenienses e romanos e orientou-o a ler a biografia dos grandes vultos que mudaram e deixaram marcas profundas na humanidade.”

Leia a íntegra da mensagem
Carta psicografada na noite de 03/04/2025, pela médium Divina Barros, no Centro Espírita Irmã Dulce. Rua F-28 nº 185, Setor Faiçalville. Telefone: (62) 8466-3134