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INFLUÊNCIA INTELIGENTE TODO DIA

Projeto Trajetória, Voz e Memória reúne música, literatura e posse de novos acadêmicos na AGnL

Evento marcado pelo Ano Cultural Geraldo Coelho Vaz, membro da Academia que além de lançar livro, celebrou aniversário. Solenidade teve o canto do Hino de Goiânia e a diplomação de quatro novos membros correspondentes da Academia Goianiense de Letras

Novos membros correspondentes da AGnL: Randes Ribeiro da Silva – cadeira nº 28, Rosane Maria de Castilho – cadeira nº 37, Renata O. C. Bittencourt – cadeira nº 57, Rômulo Vaz Barbosa – cadeira nº 58.

Sumário

A manhã da última quarta-feira (24), na Casa Altamiro de Moura Pacheco, foi de celebração para a Academia Goianiense de Letras (AGnL). Dentro do Projeto Trajetória, Voz e Memória, aprovado pelo PNAB – Aldir Blanc, Ministério da Cultura e Secretaria Estadual de Cultura, a instituição realizou um encontro que uniu música, literatura e solenidade acadêmica, consolidando-se como um dos momentos mais expressivos do calendário cultural de 2025.

O evento começou às 9h com um lanche de boas-vindas, reunindo acadêmicos, autoridades, escritores e familiares em um ambiente de confraternização. Às 9h30, a cerimônia foi oficialmente aberta pela presidente da AGnL, Dra. Marislei de Souza Espíndula Brasileiro, que destacou a importância do projeto e agradeceu o apoio institucional da Secretaria Estadual de Cultura. Em seu discurso, a presidente lembrou que o ano de 2025 foi dedicado à memória e à obra do acadêmico Geraldo Coelho Vaz, cujo legado jurídico, literário e cultural o consagra como um dos grandes nomes da história intelectual de Goiás.

Música e literatura infantil: Philipe Moura emociona o público

O acadêmico Philipe Moura, ocupante da cadeira 53, patrono Elder Rocha Lima, abriu a parte cultural da manhã interpretando ao vivo o Hino de Goiânia. O escritor e cantor lírico, que veio especialmente de Brasília, lançou em seguida seu quinto livro, “Joana e o Bicho do Céu”, primeira obra dedicada ao público infantil. Inspirado por um episódio real — a visão de um corpo celeste nos céus de Brasília —, o autor transformou um conto em uma narrativa lúdica que busca promover o diálogo entre crianças e adultos sobre o impacto das novas tecnologias e da inteligência artificial no cotidiano.

Em sua fala, Philipe compartilhou que o livro nasceu de um “pequeno acidente feliz”, expressão tomada de empréstimo ao pintor Bob Ross, e que decidiu convertê-lo em uma oportunidade para aproximar gerações em torno da leitura e da reflexão crítica sobre a era digital. A obra foi autografada e elogiada pela diretoria da Academia como exemplo de literatura que une inovação e sensibilidade.

Projeto Patronos: memória e identidade

Na sequência, o acadêmico Geraldo Coelho Vaz, ocupante da cadeira 25, patrono Isócrates de Oliveira, apresentou o Projeto Patronos, iniciativa que resgata e valoriza a trajetória dos patronos das cadeiras da AGnL. Em sua fala, Geraldo recordou a gênese da instituição, relembrando encontros com Mariano Ortego e Manuel Correia que deram início à ideia da Academia, consolidada anos mais tarde por Emídio Brasileiro e outros intelectuais.

O acadêmico fez uma homenagem detalhada ao patrono Isócrates de Oliveira, diplomata nascido em Pirenópolis, que atuou em representações brasileiras em países como Grécia, Tchecoslováquia, Argélia, Chile, República Dominicana, Tailândia, Paquistão e Estados Unidos. Para Geraldo, reavivar a memória de figuras como Isócrates é um compromisso essencial da Academia: “Continuamos vivos à memória dos nossos patronos”.



Posse dos novos membros correspondentes

O ponto alto da manhã foi a posse de quatro novos membros correspondentes, que passam a integrar oficialmente a Academia Goianiense de Letras:

  • Randes Ribeiro da Silva – cadeira 28, patrono Onaldo Alves Pereira;
  • Rosane Maria de Castilho – cadeira 37, patrona Regina Lacerda;
  • Renata O. C. Bittencourt – cadeira 57, patrona Sônia Maria dos Santos;
  • Rômulo Vaz Barbosa (Rômulo Vaz) – cadeira 58, patrono Hugo Zorzetti.

Cada empossado fez uso da palavra, apresentando discursos que variaram entre a emoção pessoal e a exaltação de seus patronos. Randes destacou sua ligação com o movimento de resistência e diversidade em Goiás, homenageando o pastor e ativista Onaldo Pereira. Rosane enfatizou o legado da pesquisadora Regina Lacerda, pioneira no cenário literário feminino em Goiás. Renata Bittencourt lembrou a importância da poetisa Sônia Maria dos Santos, reforçando o papel da Academia como patrimônio da memória coletiva. Já Rômulo Vaz Barbosa emocionou-se ao reconstituir sua trajetória de vida e ao celebrar a obra de Hugo Zorzetti, dramaturgo considerado um dos maiores comediógrafos do Brasil.

Reconhecimento e integração cultural

Diversas personalidades prestigiaram a solenidade, como o deputado estadual Carlos Cabral, a representante da Secretaria de Projetos Especiais da ALEGO, Dra. Cristina, o escritor Juliz Galvão, presidente da Academia de Letras de Senador Canedo, além de representantes de academias parceiras e entidades culturais. Também foi registrada a presença do membro fundador da AGnL Emídio Brasileiro. E houve a participação do escritor Luiz de Aquino, membro da casa-irmã Academia Goiana de Letras (AGL), que também celebra seu ano cultural em 2025, com inúmeras atividades culturais ao longo deste ano em seu nome.

Geraldo Coelho Vaz que celebra seu ano cultural pela AGnL observa o jornalista e poeta Luiz de Aquino que também celebra, também em 2025, seu ano cultural pela Academia Goiana de Letras (AGL) a casa-matter da AGnL. Leandro Almeida, vice-presidente da AGnL fez o cerimonial e conduziu toda a manhã solene

A presidente Marislei Brasileiro destacou em sua fala final que a Academia busca ser uma instituição inclusiva, comparando-a a um pomar diverso, no qual cada árvore, com suas diferenças, fortalece o conjunto: “É na diferença que fazemos de Goiânia uma cidade cuja literatura chega ao Brasil e ao mundo”.

O encontro foi encerrado com confraternização entre os presentes, marcada pela partilha de mesas e conversas descontraídas, em meio às memórias preservadas no ambiente histórico da Casa Altamiro de Moura Pacheco, localizada na esquina da Avenida Araguaia com a Rua 15, no centro de Goiânia.

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