Um encontro casual em pleno voo entre Goiânia e Guarulhos, São Paulo, nesta segunda-feira, 4 de agosto, tornou-se inesperadamente um momento de conexão global em torno da defesa ambiental. Sentado ao lado de nosso editor Arthur da Paz, o professor Bao Maohong, uma das principais referências internacionais em História Ambiental, compartilhou sua trajetória de pesquisa e demonstrou sincero interesse em conhecer a Área de Proteção Ambiental do Encantado, em Baliza, fundada pelo jornalista Batista Custódio.
Professor titular do Departamento de História da Peking University e ex-diretor do Center for Southeast Asian Studies, Maohong é também pesquisador associado ao Centre for World Environmental History da University of Sussex. Sua produção acadêmica foca na relação entre desenvolvimento econômico e governança ambiental, sobretudo na Ásia e África. Entre suas obras destacam-se “Forest and Development: Deforestation in the Philippines (1946-1995)” e o artigo seminal “Environmental History in China”, publicado na revista Environment and History.
O professor está no Brasil para dar início ao semestre 2025.2 do Laboratório História e Natureza (LabHeN), vinculado ao Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A palestra será nesta terça-feira, dia 5 de agosto, às 16h, no Salão Nobre do Instituto, no Largo de São Francisco, centro do Rio.
Durante a conversa, nosso editor compartilhou a situação crítica da APA do Encantado, atualmente alvo de grilagem e ocupações irregulares, de maneira intercorrente. O professor se mostrou sensibilizado com o caso e manifestou desejo de conhecer pessoalmente a região, somando sua perspectiva internacional à luta pela preservação do cerrado goiano.
Para ele, o estudo que será apresentado na Universidade, durante sua aula magna, apresenta modernas noções de Governança Ambiental e que podem ser armas administrativas adotadas por órgãos, ou autarquias, dedicadas à proteção do Meio Ambiente, como a Secretaria do Meio Ambiente de Goiás (Semad).
Após sua concorrida preleção, o professor seguirá viagem para o Peru, onde busca ampliar seu arcabouço de conhecimento para, quem sabe, futura pesquisa sobre a História Ambiental da América Latina. Para ele, “um espaço como a Área de Preservação Ambiental do Encantado é uma fonte inimaginável para o equilíbrio e a sustentabilidade nas regiões beneficiadas”, como Baliza, Torixoréu, comunidades e assentamentos locais. Ele defende que o manejo, de áreas especiais protegidas, precisa ser acompanhado de perto pelo Governo, “para dar suporte integral a todas as garantias e ao protecionismo inexorável que a natureza impõe”, concluiu.
