Sumário
No curioso caso da semana, uma moradora de Bonfinópolis decidiu levar à Justiça o incansável trabalho de tentar localizar o túmulo de seu ex-marido, falecido há mais de quatro anos. Afinal, nada como um reencontro póstumo para ajustar as contas! A ação, movida contra a Prefeitura, aponta que o cemitério local parece mais uma caça ao tesouro sem mapa do que um local de descanso eterno.
Segundo a autora, Irades Rodrigues, o ex-cônjuge foi sepultado no cemitério municipal em 2019, mas desde então, nem sinais da lápide. Parece que, assim como muitos serviços públicos, a sepultura também entrou para a lista de coisas que sumiram e ninguém sabe onde estão. E não pense você que foi por falta de esforço: Irades bem que tentou, mas o que encontrou foi um verdadeiro labirinto de desorganização e túmulos sem identificação.
O município de Bonfinópolis, com toda a pompa de sua defesa, alegou que tudo está nos conformes e que “sempre” realiza cadastros e expede editais para organizar o cemitério. Além disso, garantem que o zelador local está disponível para sanar qualquer dúvida. Será que esse zelador tem formação em arqueologia? Porque, diante do caos instaurado, ele vai precisar de um detector de metais para localizar os defuntos.
Para tentar conter a bagunça, o juiz deu um puxão de orelha na Prefeitura. A sentença foi clara: além de condenar a má-administração do cemitério, o município foi obrigado a localizar o falecido e garantir que seus restos mortais estejam, de fato, em uma sepultura. Quem diria, até os mortos precisam de um GPS!
A indenização de R$ 5.000,00 foi fixada para compensar o sofrimento causado pela confusão, mas, convenhamos, quem vai pagar pela angústia de não saber se o seu ente querido foi “extraviado”? Em tempos de tecnologia avançada, talvez a Prefeitura de Bonfinópolis pudesse lançar um app de localização de túmulos. Procure aqui o seu finado, garantimos que ele está em algum lugar!
Entre uma gargalhada e outra, o caso levanta uma questão séria: é inaceitável que famílias, já abaladas pela perda, tenham que enfrentar a incompetência administrativa até para prestar suas homenagens. O prefeito que me perdoe, mas quando até os mortos estão insatisfeitos com a gestão, talvez seja hora de reorganizar as coisas — pelo menos no cemitério.