Sumário
Gilberto Mendonça Teles, um dos maiores nomes da poesia brasileira contemporânea, nasceu em Bela Vista de Goiás em 30 de junho de 1931 e faleceu no dia 4 de dezembro de 2024, aos 93 anos, no Rio de Janeiro, devido a complicações de saúde. Reconhecido como poeta, crítico literário, historiador e professor, Gilberto era uma figura emblemática da cultura goiana e nacional.
Graduado em Direito e Letras, ele construiu uma trajetória acadêmica de destaque, lecionando em instituições renomadas como a Universidade Federal de Goiás (UFG), a PUC-GO, a UFRJ e a UFF. Foi fundador do Centro de Estudos Brasileiros e ocupou a presidência da União Brasileira de Escritores em Goiás por duas vezes, além de ter contribuído para o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.
Autor de obras icônicas como Vozes do Poema e Pequeno Dicionário de Arte Poética, sua poesia era uma celebração da cultura goiana, repleta de imagens do Cerrado e influenciada por seu profundo amor pela terra natal. Sua escrita conquistou o reconhecimento de figuras ilustres como Carlos Drummond de Andrade, que lhe dedicou versos no livro Boitempo.
Gilberto também foi conhecido por seu papel como educador, função que ele valorizava acima de todas as outras. Durante 60 anos de docência, ele inspirou gerações de estudantes com seu amor pela literatura e sua habilidade em harmonizar ciência e poesia.
Seu falecimento deixa uma lacuna irreparável na literatura brasileira, mas seu legado permanece vivo nas páginas de seus livros e na memória dos que foram tocados por sua sensibilidade e genialidade criativa.
Para Gilberto Mendonça Teles
Onde está o segredo do teu verso?
Poeta eterno que carregou Goiás
Para a Cidade Maravilhosa.
Profeta da palavra que
Hipnotizou a poesia
nas entranhas da sua
longevidade.
E agora? Gilberto?
José Mendonça virou
estrela. Quem te ensinou
a carregar o Cerrado no
embornal da sua alma?
O coaxar do sapo, o
canto da siriema, o
grito da saracura,
o cheiro do pequi,
o cantar solitário
da pomba do bando,
lá pelas bandas de
sua Sussuapara.
Gilberto trocando
ideias com a eternidade
com o seu sotaque de
goianês.
Giovani Ribeiro Alves, poeta e membro da Academia Goianiense de Letras.