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Oração A Cristo Companheiro: conheça a história da prece escrita por Batista Custódio

Jornalista escreveu uma prece na capa do jornal Cinco de Março em 1979. Reportagem do Liras da Liberdade resgata emocionante episódio de fé e recomeço que revela o profundo vínculo espiritual entre o jornalista Batista Custódio e seus filhos

Maria do Céu, filha mais nova de Batista Custódio durante evento de lançamento do livro do pai, no dia 4 julho de 2019

Sumário

Caríssimo leitor, você vai ler a famosa oração escrita pelo jornalista Batista Custódio. Ela foi publicada na edição de 24-30 de dezembro de 1979, na capa do semanário Cinco de Março. Na ocasião, faltava um espaço vazio a ser preenchido para poderem concluir a edição de fechamento do ano. Batista sentou-se à máquina de escrever, sua famosa Olivetti, e produziu umas das orações mais belas e comoventes de que se tem notícia na imprensa brasileira.

Batista, até então, havia perdido uma filha, Tanila Romana, em 1966, que teve com a ex-esposa Consuelo Nasser. O bebê contava apenas seis meses de vida quando deu o último suspiro. Uma dor imensa atingiu de morte o coração do fulgurante Batista.

Contudo, 38 anos depois, no dia 16 de junho de 2004, nascia a pequena Maria do Céu, a filha caçula de Batista com sua mulher Marly Almeida. Já no apartamento da maternidade, quando Batista Custódio fitou Maria do Céu pela primeira vez, acolhida pela amada Marly, ele viu refletir no rosto da criança a imagem da pequetita Tanila de 1966. Durante alguns dias, ficou embasbacado com a miragem que experimentou, e guardou para si.

Na mesma semana, porém, seu filho Fábio Nasser enviou-lhe uma psicografia, pelas mãos da médium Mary Alves, informando ao genitor: “sim, meu pai, é a Tanila que voltou em Maria e está de novo com o senhor”. Logo, Maria do Céu é considerada filha de Batista Custódio duas vezes dentro da mesma encarnação.

Felizmente, Batista Custódio viu Maria do Céu crescer em flores e caráter. Dona de uma personalidade dulcíssima, foi a filha que mais pôde dispor de tempo para melhor dedicar atenção e carinho ao pai nos últimos anos de vida de Batista. Antes de Maria do Céu chegar, Deus já havia agraciado o pai com o filho João do Sonho, que veio dando gás e energias novas para o jornalista continuar sua brilhante missão em Goiás.

Batista Custódio e o menino João do Sonho

Então, quando se fala na vida do jornalista Batista Custódio, é impossível ignorar as manifestações do mundo espiritual em sua trajetória. Para ele, que havia perdido dois filhos, nos duríssimos golpes do destino, Deus o recompôs dando-lhe um novo, o João do Sonho. E devolvendo-lhe Tanila, agora na roupagem de Maria do Céu Custódio Almeida. Ambos plenos de saúde e de luz.

A Oração que Batista Custódio escreveu, além do aspecto autorreflexivo, tinha também o caráter premonitório, pois ele ainda perderia o filho Fábio Nasser, em 17 de janeiro de 1999.

Agora que você, dileto leitor, sabe mais, deste contexto específico da vida do maior jornalista da imprensa goiana, aprecie a leitura de: Oração A Cristo Companheiro, que além de tudo o que expomos, demonstra também uma ciclópica identidade de Batista com Jesus. Afinal, quem teria mais autoridade para falar diretamente com Jesus sobre a definição de “dor”?


Oração A Cristo Companheiro

Você, que, podendo ter a estrela,
buscou a Vida nos sinais da humildade,
e no trabalho da carpintaria cresceu
sem mobília para a própria casa,
Abençoe os que desperdiçam na usura o remédio,
o agasalho e o pão que faltam às multidões
encostadas na estrada; 

Que, sem culpa, peregrinou exílios
e sublimou o sofrimento de todas as dores do povo,
Proteja os que erram o caminho
e prosseguem na deserção de si mesmos; 

Que açoitou os negocistas do templo
e não guardou nem a vingança nem o ódio na punição,
Tenha piedade dos que aviltam o poder
e dele fazem instrumento de humilhação e morte; 

Que, sem turvar sua pureza
com uma só palavra amarga,
olhou os que O martirizavam e rezou por eles,
sabendo que todo homem é
sozinho dentro da humanidade,
Ilumine os que julgam e condenam
inocentes em nome da Justiça;

Que, infinitivamente poderoso,
ilustrou doutores da lei e operou milagres,
brando, meigo, sereno,
Compreenda os que mercadejam a honra
e transacionam com a mentira
para se manter entre os que sabujam
e ferem e traem e nunca são feridos. 

Faça com que as luzes deste Natal
me mostrem a verdade de que ninguém
chega antes ou depois à sepultura,
tirando menos ou levando mais da vida,
Para que eu possa olhar para trás
sem ferir os olhos no que fiz
e sem perder no coração
a fé no que me resta fazer.

Mas não me diga, Cristo companheiro,
que o sofrimento foi completo.
Eu teria de dizer-lhe que não foi.
Porque você, Cristo, não viu, como Maria,
Um filho seu morrer na cruz.

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