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Morre, aos 80 anos, Emílio Vieira, renomado escritor e acadêmico goiano

Autor de obras literárias aclamadas, membro da Academia Goiana de Letras, Vieira estava internado em decorrência de complicações da quimioterapia

Emílio Vieira em entrevista sobre sua amizade com o único goiano membro da Academia Brasileira de Letras: Bernardo Élis

Sumário

Faleceu na manhã deste domingo, 6 de outubro de 2024, aos 80 anos de idade, o escritor Emílio Vieira, vítima de uma parada cardiorrespiratória. O autor, que fazia tratamento contra um câncer no cólon retal, estava internado há uma semana no Hospital Santa Helena, em Goiânia, após complicações do tratamento de quimioterapia.

Embora a cirurgia, realizada em agosto, tenha sido considerada um sucesso, os efeitos colaterais da quimioterapia se intensificaram dez dias após o início das sessões, agravando seu quadro clínico. As queixas de fraqueza aumentaram, a alimentação ficou prejudicada e, ante este quadro, o espírito do querido professor da UFG desconectou-se da carne para ir dar um abraço em Deus.

Emílio Vieira nasceu 5 de agosto de 1944, na cidade de Posse, em Goiás, onde viveu seus primeiros anos.

Emílio Vieira era espírita e divulgador da Doutrina Espírita. Escreveu centenas de artigos para o jornal Diário da Manhã sobre a filosofia dos espíritos. Além disso, à pedido do jornalista Batista Custódio, Emílio Vieira analisou um punhado de mensagens psicografadas, inclusive as psicografias que o espírito do jornalista Fábio Nasser enviava por diversos médiuns do Estado.

Vida e obra

Nascido na cidade de Posse, Goiás, Emílio Vieira formou-se em Direito, Letras e Artes, com mestrado em Teoria da Literatura. Membro da Academia Goiana de Letras e professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG), Vieira foi também diretor do Instituto do Livro em Goiás e deixou uma vasta contribuição para a cultura local.

Entre suas obras de destaque estão Ponto Lua (1966), sua primeira coletânea de poemas, e Paráfrase do Tempo (1987). Sua poesia foi elogiada pela crítica por sua proximidade com o concretismo, ao lado de outros grandes nomes da literatura goiana.

Uma curiosidade: Emílio Vieira era um galã. Bonito na juventude, com o corpo e a energia esculpidos nas aulas de capoeira, ele fazia brincadeiras com a sua boa autoestima. Não bastasse isso, era um poeta de mãos cheias e um prozeador que narrava textos belíssimos com ampla riqueza de detalhes.

Família

Nos últimos dias de sua vida, Emílio Vieira era apoiado com o suporte da companheira de mais de 20 anos, a senhora Erivane, mãe de Fellipe Marques Tonhá, que era filho de criação e coração do Emílio. Fellipe é analista judiciário e garantiu que Emílio tivesse os melhores cuidados durante a dura travessia da quimioterapia. Quando perguntado sobre a partida de Emílio, pelo Liras da Liberdade, o filho Fellipe respondeu emocionado: "Ele era a minha referência".

Homenagens e legado

Além de sua produção literária, Vieira foi membro fundador do Grupo de Escritores Novo (GEN), um movimento literário essencial para a revitalização e o desenvolvimento da literatura goiana. O GEN, criado na década de 1960, reuniu jovens escritores que buscavam inovar a produção literária local, e Vieira teve uma participação ativa nesse processo

Sua atuação no GEN foi marcada por seu compromisso com a difusão da cultura popular, especialmente a do leste goiano, região que sempre o inspirou como pesquisador e poeta.

O escritor e professor da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, tomou posse na Academia Goiana de Letras (AGL), 12 de março de 2009, às 17h. Emílio Vieira ocupava a cadeira de número 27, cujo patrono é Bartolomeu Antônio Cordovil. O escritor e acadêmico Miguel Jorge fez o discurso de recepção ao então novo membro da AGL, na sede da Academia que fica na Rua 20, número 175, no Centro da Capital.

Emílio Vieira era graduado em Letras Vernáculas pela UFG, bacharel em Direito pela UCG (atual PUC-GO),  com especialização em Direito Processual Civil pela UFG  e mestre em Teoria da Literatura também pela UFG. O professor tinha larga experiência na área de Artes, e ênfase em Artes e Letras, com diversos artigos publicados em periódicos goianos. Outros professores da UFG também ocupam cadeiras na AGL.

Em entrevista ao jornal Liras da Liberdade, o juiz de Direito, também espírita, e amigo de Emílio Vieira, dr. Abílio Wolney Aires Neto, disse que esteve na casa de Emílio na semana do dia 20 de setembro. Eles conversaram largas horas, como confrades e parceiros de letras. A visita foi muito importante, segundo o próprio Emílio disse a este repórter, pois dr. Abílio estimulou o amigo a seguir de cabeça erguida até a reta final.

Velório e sepultamento

Cemitério Parque Memorial de Goiânia.
Velório: neste domingo (6), às 16h.
Sepultamento: segunda (7), às 9h.

Local do velório e sepultamento: Cemitério Parque Memorial de Goiânia. O velório começa neste domingo (6), às 16h. O sepultamento será na segunda-feira (7), às 9h da manhã.

Vídeo: Entrevista com Emílio Vieira

Em entrevista feita pelo colega de academia, Dr. Emilio Vieira compartilha suas experiências de convivência com o escritor Bernardo Elis, destacando que ambos eram contemporâneos e membros da Academia Goiana de Letras. Ele descreve essa convivência como um privilégio, enfatizando a amizade que desenvolveu com Bernardo e as diversas atividades que realizaram juntos, como palestras e discussões sobre literatura.

Vieira menciona que a convivência com Bernardo foi rica e significativa, onde aprendeu sobre a vida e a sabedoria dele. Ele se sentia à vontade para ser ele mesmo e sempre buscava respostas para suas inquietações nas conversas com Bernardo. A amizade e a proximidade que tiveram foram marcantes para Vieira, que se considera afortunado por ter desfrutado dessa relação por um longo período.

Abílio Wolney Aires Neto entrevista Dr. Emílio Vieira sobre sua amizade com Bernardo Élis e outros assuntos

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