Sumário
Para viver por mais tempo, é melhor cultivar suas relações sociais. Essa regra acaba de ser demonstrada por Roberto Salguero-Gómez, biólogo da Universidade de Oxford (Reino Unido).
O pesquisador estudou um conjunto de 152 espécies, que vão desde águas-vivas até seres humanos, classificando-as em um contínuo de sociabilidade: animais solitários (como os tigres), gregários (os gnus), comunitários (os martins-pescadores), coloniais (as vespas) e sociais (as abelhas, os suricatos e os elefantes).
Apenas esses últimos vivem em grupos hierarquizados e cooperativos: eles contribuem para o cuidado dos mais jovens ou se ajudam diante de um perigo.
Após corrigir os efeitos do tamanho corporal, o biólogo demonstrou que as espécies mais sociais retardam sua maturidade e vivem mais do que as outras.
Como bônus: elas também têm mais sucesso na vida sexual e reprodutiva.
FONTE: Roberto Salguero-Gómez, “More social species live longer, have longer generation times and longer reproductive windows”, Philosophical Transactions of the Royal Society B., vol. 379, 2024.

Outra curiosidade, agora sobre o mundo fascinante das abelhas, por exemplo, é a complexa “dança do balanço” (waggle dance). Esse comportamento permite que as abelhas comunicadoras indiquem com precisão a localização das fontes de alimento para o restante da colmeia.
Durante essa dança, a direção e a duração dos movimentos transmitem informações sobre a distância e a posição do néctar em relação ao sol. Essa forma sofisticada de comunicação não apenas evidencia o quão intricadas podem ser as interações em sociedades animais, mas também destaca a importância da cooperação para a sobrevivência e eficiência da comunidade.
Outro exemplo surpreendente pode ser observado nas formigas, que demonstram uma notável capacidade de resolução coletiva de problemas. Em situações desafiadoras, algumas espécies são capazes de formar pontes vivas com seus corpos para ultrapassar obstáculos e acessar novas fontes de alimento.
Esse comportamento, emergente sem a necessidade de um comando centralizado, ilustra uma inteligência coletiva que permite à colônia se adaptar rapidamente a mudanças no ambiente. Tais estratégias ressaltam como a colaboração e a organização social são fundamentais para o sucesso reprodutivo e a longevidade de muitas espécies.
As conclusões do estudo são importantes, pois além de mapear a importância do comportamento animal, é possível encontrar paralelos para guiar o comportamento humano rumo a relações sociais saudáveis. O ser humano é um ser social por excelência máxima.
É a espécie com mais amplo grafo de relacionamentos do reino animal e se isso se traduz em benefícios diretos para a vida, é importante estimular a diversidade de relações para o enriquecimento e qualidade de vida da biologia humana.