Poema 1:
Eu ponho os meus trapos para fora... que é para ver se me acostumo a costurar algo melhor...
Eu sonho com as linhas coloridas e os linhos, com as sedas florais e os cotelês cor de vinho, por puro engano; o sortilégio lastima o meu mundo, satirizando o meu amor verdadeiro... E me embrulho nesses meus retalhos emendados, na tentativa de não confundir os olhos seus com bugalhos...
É que, para mim, foi preciso não confiar em ninguém... e as dúvidas se tornaram a regra...
Mas, a Vida deve continuar. E você me dá os seus olhos por puro amor, e eu te dou o que nunca consegui ganhar...
Poema 2:
Os teus ouros e os tolos. As toras tóxicas do seu mundo rígido, frígido e oco.
O teu destempero tapeou, quase tudo, o tempo todo. Mas, eu não sou mais a tola... E não faço mais parte - de tua manada; de mais nada...
De mais nada!
Então, a minha mente sibila em meio às sílabas salientes e aos teus radicais... que se entretem, e se atrevem: é a criação das palavras dentre os teus sinais.
Os sinais...
São só pra te provar...
Eu quero preservar o teu gozo, a tua ânsia... e ser assaltada pela petulância à frente da arte de me amar.