É melhor dizer de início: a autoridade é uma noção traiçoeira, até mesmo enigmática. Embora os dicionários concordem em defini-la como a capacidade — ou a arte — de se fazer obedecer sem recorrer à força, suas variações nem sempre são tão cordiais. O que seria um “poder autoritário” senão um governo que não hesita em coagir e reprimir? O que é um “argumento de autoridade”, senão uma afirmação arbitrária, sem lógica nem prova? Qual a diferença entre “ter autoridade” e “ser autoritário”? Um pai que bate ou pune seus filhos por qualquer mínima infração está demonstrando autoridade — ou justamente a ausência dela?
