O perfeccionismo é muitas vezes visto como uma qualidade, mas pode ser uma fonte de sofrimento silencioso. Ele se disfarça de alto padrão, mas seu resultado final é autossabotagem.
Imagine uma cena: um amigo faz uma brincadeira dizendo que você está "fofo como um marshmallow". Você sorri, mas internamente a palavra "marshmallow" ecoa como uma crítica, tocando bem uma ferida não cicatrizada sobre o peso.
Ao chegar em casa, aquele incômodo vira combustível para uma crise de ansiedade. O elogio inocente desencadeia uma compulsão alimentar na madrugada, seguida por um peso esmagador de culpa e raiva de si mesmo. É o ciclo perfeito da mente perfeccionista: o ideal inatingível vira uma desculpa para autopunição.
Esse comportamento, quando frequente, compartilha traços com a Bulimia Nervosa. A comida e sua expulsão tornam-se a válvula de escape para uma dor que não consegue ser nomeada. Enquanto perfeccionismo é fuga para não se contatar a realidade; a Terapia Cognitivo Comportamental foca nas crenças disfuncionais sobre o peso, e forma corporal que mantém o ciclo. Seja por qual perspectiva for, o "desejo" de ser perfeito sufoca o desejo de quem se é verdadeiramente.
A saída? Buscar ajuda. A terapia é o caminho para aprender a receber um elogio sem desmontá-lo, e para se despedir da pessoa que você acha que deveria ser, abrindo espaço para quem você realmente é.