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PX Silveira: Batista Custódio merece um monumento

Biógrafo e produtor cultural, PX Silveira, alerta para a criação de um monumento para registrar os ideais e legado do jornalista fundador do Cinco de Março, do Diário da Manhã e do Liras da Liberdade

Chuva de pétalas: amigos e fãs do jornalista Batista Custódio, em 4 de julho de 2019, no Palácio das Esmeraldas homenageam o revolucionário idealista goiano com rosas após discurso retumbante quanto a necessidade do caráter humano servir o bem, sempre
Batista Custódio e o governador Ronaldo Caiado no lançamento do livro do jornalista A Força da Frase, compilado pelo ativista cultural PX Silveira

Faz um ano que Batista Custódio nos deixou verdade, quando parou de publicar seus artigos. Consta que deixou dezenas deles prontos, mas evitava publicá-los, à espera do momento certo, que viria em seu novo informativo, o Liras da Liberdade.

Batista se foi e os seus artigos, não. Além dos mais de um milhar que nos legou publicados nas páginas de seus jornais (Cinco de Março, Folha de Goyaz, Diário da Manhã, entre outros), os inéditos estão em mãos de seus familiares, em especial, aos cuidados de Arthur, que o acompanhava mais de perto.

Batista se foi, engraçado, e nenhuma homenagem de maior vulto lhe foi prestada ainda. Gente muito menos merecedora tem seu nome grafado em edificações públicas, de pontes a praças, de auditórios a prédios, de hospitais a escolas, de ruas a rodovias.

Invariavelmente, os homens públicos (e Batista era um deles, na acepção mais completa da expressão) são homenageados por terem realizado grandes obras feitas de cimento e tijolos – ou asfalto.

Mas há os que realizam grandes obras utilizando a matéria prima do pensamento, cuja única ferramenta é a escrita. Batista foi um destes. Com suas palavras cravadas em artigos vibrantes ele foi um gigante que fez ruir conchavos e esparramar por todo o Estado de Goiás as ideias mais fecundas, que se transformaram em edificantes realizações.

Batista Custódio merece um monumento à altura de sua importância. Mas antes de isso acontecer, seu legado de homem público carece de quem o entenda e o interprete em ações concretas, sejam físicas ou mentais. Porque, mais do que ter seu nome em uma placa ou ficar em bronze em uma praça, sabemos que Batista ficaria muito mais grato e realizado se encontrasse feitores para suas ideias inclusivas e seu pensamento abrangente, sem medo de desafios, ousado diante dos obstáculos e firme como uma fortaleza.

Um Goiás melhor seria aquele em que Batista Custódio esteja presente entre os seus nas atitudes, nos abraços, no sentimento do dever cumprido e na coragem das realizações.

Px Silveira, presidente do Instituto ArteCidadania, biógrafo e produtor cultural.

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