Acordei. Na correria do dia, percebi que era uma segunda-feira. Mais um curioso dia nublado em Goiânia. Chuva? Ainda não. Pego as chaves, a mochila, meu café e meu pão com ovo para comer no carro.
Dirijo. Saio. Chuva? Ainda não. Sigo em diante. Os motoristas já com medo de escorregarem, só isso explica a lentidão pré-chuva.
Sigo adiante e, pela lentidão do tráfego, penso: Marginal? Sim ou não? Eis a questão. Chuva? Ainda não. Então, pela Marginal estou indo.
Famosa Marginal Botafogo que, aos gozadores, diriam que se fosse “Marginal Flamengo” jamais teria problema, pois, segundo eles, estaria sempre um sucesso. Engarrafo, e não daqueles de sexta-feira, mas de segunda-feira mesmo.
Analiso o céu. Escurece. Chuva? Ainda não. Sigo apreensivo para saber se chegarei ao trabalho, ou se estarei ilhado. Também aos gozadores, que diriam que, se fosse “Marginal Vasco”, estaria sempre caindo. Perdão aos cruz-maltinos, é o que dizem por aí.
Falta o Fluminense, que me lembra o pó-de-arroz e, por falar nisso, esqueci meu almoço. Desligo o rádio. Meu time perdeu, não quero ouvir.
Ainda percebo que estou no trânsito. Marginal Botafogo. Vou chegar ou não? Eis a questão. Chuva? Ainda não.
Estou indo, com calma, com motos e pingos. Estou chegando. Paro no estacionamento. Subo. Sento. Ligo o computador. Segunda-feira. Chuva? Agora sim.