O almoço dominical, mais do que uma das refeições diárias necessárias e desejáveis a todos os seres humanos é um dos fatores de união de pessoas afins.
Desde que o imperador romano Constantino, influenciado pela crença Cristã, há cerca de 17 séculos (321 d.C.) oficializou o domingo como dia de descanso, os almoços desse dia têm se tornado momentos de confraternização, sobretudo familiar - isso considerando aqueles que têm Família e que têm comida pra comer. (Contém uma grande dose de indignação social).
Vale ressaltar que, antes dessa data, a semana do Império Romano tinha oito dias e que, ainda bem antes disso, a Bíblia já trazia no Livro de Gêneses 2:2-3 e também em Êxodo 20:11, que Deus teria feito o mundo em seis dias e teria tirado o sétimo para descansar - aos que creem, ELE assim o fez!
Mas olhando hoje somente da porta da minha sala pra dentro, vejo esse dia como o dia de encontrarmos os pais (dos quais infelizmente hoje só tenho a minha Mãe) e os irmãos (igualmente olhando para aqueles que ainda estão nesse Plano e na mesma cidade).
Uma das lembranças afetivas que tenho e que procuro reviver, pelo menos dominicalmente, é a de comer uma bela gamelada de massa Italiana.
E hoje não foi diferente.
Existem vários cortes de massas e infinitas combinações de molhos que podem ser feitos para nosso deleite. O cardápio desse almoço foi talharim ao molho bolonhesa com creme de leite, enriquecido com talos de espinafre cozidos - outra prática implementada em casa é a de aproveitar ao máximo os alimentos, transformando-os em delícias nutritivas, onde até mesmo a água do cozimento da verdura foi aproveitada.
Voltando para a ‘macarrãomania’, o Brasil foi um dos principais destinos para os imigrantes italianos no início do século XIX. Esses homens, mulheres e Famílias trouxeram em suas bagagens além da esperança de conquistar dias melhores, as preciosas receitas das nonnas que conquistaram rapidamente o paladar dos Tupiniquins e que foram ‘antropofagizadas’ ou ‘abduzidas’ por aqui, a ponto de quase tornarem-se verde-amarelas… Sim, dá pra fazer com molho de pequi ou de cheiro verde fresquinho, colhido no quintal. Chupa que a cana é doce, carcamano xenófobo… rsrs
E olha que por um triz eu não ousaria afirmar que o macarrão é genuinamente brasileiro, afinal de contas onde mais as pessoas se permitem comê-lo até mesmo tendo como molho um feijão de caldo, sem nunca terem ouvido falar do tal minestrone?!?