Eis que surge no horizonte da linha temporal de nosso tão belo, interessante, rico e vasto estado de Goiás (por tantas vezes, em termos do cenário nacional, injustamente desmerecido) a Comenda Batista Custódio, vislumbrada, engendrada e efetivada na Câmara Municipal de Goiânia; a partir de gesto "embrionário" do ex-vereador Leonardo Sena. Trata-se de evento singularíssimo em sua importância, pois busca (solidamente) se articular à volta do legado de ninguém menos que o maior jornalista já visto por este estado: Batista Custódio - e, portanto, necessariamente à volta de valores; a ele atrelados, e profundamente cultivados; pelo que posso perceber claramente, tanto no tocante à sua vida pessoal quanto profissional...
Como posso fazer tal afirmação, sem tê-lo conhecido ao vivo, dialogado ou estado, em qualquer forma que fosse, em sua presença física? Respondo sucintamente: pelos sentimentos e impressões que tenho, ao poder, com fundamento e alegria, denominar-me ensaísta jornalístico para este Liras da Liberbade. Mediante contato com seu filho, Arthur da Paz, que clara e intensamente carrega os valores assimilados através da convivência com o pai, posso aqui exercer liberdade temática, profundidade conceitual e filosófica, trazer à tona a sofisticação do repertório psicanalítico, apreendido ao longo de minha carreira clínica, e me vejo tranquilo e animado a escrever, propor diálogos, aventar articulações sobre quais sejam os assuntos polêmicos, relevantes, atuais e difíceis que se enlacem a meu pensar e perceptividade clínico-cotidiana. Esse grau de liberdade de imprensa, sofisticação intelectual, disponibilidade dialética; posso assegurar, nunca foi visto antes em Goiás. Entre a sinceridade mais profunda das emoções e experiências, e os desafios intelectuais mais interessantes e labirínticos - as liras ecoam musical-linguisticamente neste âmbito único de liberdade - de ser, expressar-se, viver, renascer... crescer.
Se aqui é possível vivenciar plenamente o ecoar de tal legado, a Comenda desvela-se como um prêmio, primeiramrente, a nosso país, nosso estado, nossos valores, nossa cultura, nossos estilos de estar-no-mundo e fruirmos a existência. Ela abarca o fazer jornalístico como pérola de honra inexprimível, na densidade e alcance da beleza do que representa - e como espécie de fundação a descortinar a relevância do jornalismo bem feito, livre, ousado, bem embasado, indiferente às meras adulações e seduções mundanas (e egoicas).
Assim, tento perfazer este texto sem saber definir sobre minha honra em escrevê-lo, e sobre meu agradecimento de tão vastas dimensões a Arthur da Paz, por, através deste jornal, e de sua própria pessoa, é claro, fazer-me conhecer, experienciar e admirar, com (tanta!!!) alegria: o legado de seu pai.
E a Comenda Batista Custódio chega como premiação... como bênção, auspiciosa e tão amplamente significativa: para enriquecer nossos viveres, valores, pensamentos e modos de ser (e escrever) - aqui; nesta terra onde tentamos sempre caminhar - para o melhor; para além dos empobrecidos e rebaixantes individualismos.