Há, atualmente, um problema de autoridade em nossas escolas. É um fato indiscutível. Os diagnósticos são numerosos e convergentes. A mais recente pesquisa Talis (2018) revela que mais de um terço dos professores de ensino fundamental admitiram ter problemas de disciplina. Um reconhecimento difícil, muitas vezes interpretado assim: “É um mau professor, não consegue interessar seus alunos.” Esses mesmos docentes relatam passar 17% do tempo apenas para obter silêncio nas aulas. Em seis horas de curso, uma hora inteira é dedicada a fazer o papel de policial. A publicação mais recente do barômetro anual da Autonome de Solidarité Laïque (ASL), associação que atua na proteção jurídica dos profissionais da Educação Nacional, confirma que os conflitos e agressões contra professores não param de crescer: nada menos que 10.865 casos registrados apenas no ano letivo de 2023-2024.
A situação degrada-se. A autoridade enfraquece. Os alunos também percebem: na última pesquisa Pisa (2022), 29% disseram não conseguir trabalhar durante boa parte ou mesmo durante todas as aulas de matemática por causa do barulho. Em muitas salas, hoje, tornou-se difícil ensinar — e, portanto, aprender.

“A autoridade degrada-se em mera coerção quando já não há um jardim a compartilhar entre professores e alunos.”