Sumário
Sonhei, na sexta-feira, 26 de janeiro de 2024, que minha noiva e eu visitávamos a verdadeira Igreja do Vaticano, a grande basílica de São Pedro, situada na colônia espiritual responsável por nortear as inúmeras atividades católicas sobre a Terra.
Nós saímos do nosso quarto, onde dormíamos, e subimos ao céu, pouco acima da Terra, onde dali podíamos admirar a curvatura do orbe azul. Estávamos amparados por um espírito muito iluminado e, ao chegarmos lá, caminhamos por lindas salas com todas as obras de arte, que vemos na mesma basílica, em sua versão materializada na Terra. A Basílica de São Pedro, em Roma, nada mais é que uma projeção imperfeita da Igreja Celestial onde agora nos situávamos.
Os afrescos sequestravam nossos olhares, um convite a admiração infinita. Eram telas vivas a movimentar-se nas cúpulas e nas paredes, como se fossem cenas tridimensionais animadas de luz e energias perenes. As telas possuíam um aroma especial, como se caminhássemos contemplando um jardim de belezas derivadas da Sublime Perfeição.

Fomos então interrompidos, gentil e educadamente, por dois guardas com uniformes suíços, pois fomos convidados à sala onde estaria o Papa Francisco, despachando, em espírito, assuntos da Ordem Mais Alta dos interesses de Deus.
No sonho, certamente o Santíssimo Padre havia nos confundido com alguma autoridade, na fila das centenas marcadas em sua agenda. Ainda a caminho da sala papal, escoltado pelos guardas, optei por enganar o santo padre, fingindo ser a tal esperada autoridade. Mas meu sentimento era o de estar cometendo uma travessura em prol da oportunidade de chegar perto de um dos homens que mais admiro.
Ao chegarmos lá, Francisco estava ladeado por um anjo alado, ajudante de ordens, extremamente educado e culto, de inteligência ímpar. O papa humilde nos lançou um sorriso e fez perguntas da mais alta grandeza sobre o futuro do Brasil. Argumentei que o Brasil terá espaço no futuro, pois ainda existe calor e doçura na alma dos brasileiros, apesar das inquisições e maldades de uns e de outros. E ali travamos uma boa conversa.
Para o santo padre, – discursava –, a ignorância ainda causava a dissidência de grande número de almas das claridades celestes, e das bênçãos postas e disponíveis para todos, pela Providência Divina. Ele argumentou que a questão da igualdade só existe na distribuição de bondades de Deus para todos, mas nem todos poderiam usufruir, pois, por decisão própria e por princípios de justiça, ninguém pode viver sobre o esforço do suor alheio, mas deve sim, trabalhar e conquistar seu raio de luz para clarear seus próprios caminhos.
Eu não conseguia disfarçar minha felicidade na reunião, e o papa sorria como um amigo próximo. Foi como uma reunião quatro pessoas muito íntimas, mas, na verdade, a cordialidade de Francisco era tão obtusa que fazia com que Julyane e eu nos sentíssemos na casa de um amigo muito querido e amado.
Então, confessamos ao santo padre o nosso desejo, naquele momento, de visitarmos a capela Cistina, na colônia espiritual do Vaticano, e ele disse: — mas é claro, fiquem à vontade.
Então saímos de sua sala, deslumbrados pelas belezas artísticas estonteantes que cobriam todas as paredes, o teto e o chão das salas, até chegarmos na Capela Cistina.
Já na Capela, fomos transportados para as pinturas do gênio Michelângelo tamanha a beleza que nos evolvia. A Julyane pediu que eu tirasse algumas fotos, mas eu estava muito constrangido, em respeito ao ambiente. Mesmo assim, fiz as fotos dela perto dos objetos e quadros mágicos que se saltavam do amplo salão para os nossos olhos.
De qualquer forma, valeu a pena. Eu me senti inundado de beleza e meu espírito elevou-se em profunda contemplação às grandezas do nosso Senhor Jesus, ali projetadas por várias mentes espirituais.
Depois desta sessão de arteterapia na colônia Vaticana, onde restauramos as energias de nossa alma, procuramos, agora voluntariamente, a sala do papa Francisco, que era um escritório humilde, pequeno e aconchegante em comparação às gigantescas câmaras de arte que davam a dimensão infinita do Vaticano e seus templos.

Ao chegarmos lá na sala de Francisco, fomos recebidos carinhosamente e eu tive o desejo de fazer um último pedido, e solicitei em lágrimas:
— O senhor poderia enviar uma benção ao meu pai, o Batista Custódio? Ele chegou aqui esses dias.
Francisco, então, serenou seus olhos e acenou positivamente. Em seguida, expressei o nosso desejo de retornar para a Terra, pois que havia se findado o tempo daquela visita tão agradável.
Francisco se levantou, acenou ao anjo ajudante que trouxesse um veículo especial para nos conduzir. Para minha surpresa e alegria, o santo padre foi junto conosco, dentro deste mesmo veículo.
Estávamos sentados no banco de trás, com ele, e fomos conversando. O banco era de um tecido similar ao couro branco, mas com ornamentos dourados.
Eu então pedi a ele para que pudéssemos tirar uma selfie juntos, ele topou sorrindo. Cacei meu celular do bolso, e nisso, curiosidade, reparei que minha roupa era branquinha. Saquei o celular, ativei a câmera, e configurei o modo-cinema, para não queria perder nenhum detalhe do que estava vivenciando. Comecei a gravar o vídeo...
Por desconhecida razão, senti um constrangimento que seria pura vaidade da minha parte, simplesmente fazer uma selfie, visto que eu poderia fazer algo mais útil naquele momento, ao invés de apenas gravar um vídeo dele comigo.
Pensei melhor, e decidi formular uma questão que julguei ser relevante. Que pudesse levar consolo e esclarecimento para as pessoas, como uma pequena entrevista de uma pergunta só.
— Santo Francisco, o que o senhor tem de mensagem para as pessoas que assistirem este vídeo?
— Não abandonem o nosso Senhor Jesus Cristo. Estejam com ele. Ele é o cerne da vida na Terra, e sua mensagem é a florescência da Glória Divina dentro dos jardins da alma humana, — e continuou: É fato que as sementes lançadas pelo nosso Senhor já germinaram na alma de todas as pessoas na Terra, porém, é verdade que alguns descuidam do jardim e permitem as ervas daninhas crescerem e prejudicarem o ambiente íntimo com o veneno das não-virtudes. Mas todos estão convidados a zelarem de si mesmos, e assim, conseguir perfumar — com as rosas da própria alma — a vida do seu semelhante…
Então, fiquei perplexo com a simplicidade e a grandeza da mensagem, e notei que Francisco estava tão laureado de luz que estava se transluzindo junto às claridades plenas que nos acompanhavam nas nuvens divinais, que eu observava pela janela do veículo que nos conduzia.
Francisco então, sorriu para mim, piscou o olho direito, e sem balbuciar uma só palavra, disse-me em pensamento, por processo telepático:
— Eu te conheço e sei quem você é! — e deu uma boa gargalhada, pois ele deu a entender que já sabia, o tempo inteiro, da minha intenção de tentar esconder dele que eu não era, verdadeiramente, uma autoridade ou alguém importante na Terra. Sua imagem santa, com um sorriso aberto, esmaeceu-se fundindo-se na luz, restando uma aura de paz sublime e descontração.
Ali mesmo, minha alma ficou tão feliz e plena, ao rir da minha ingenuidade. Pois acreditei que havia “enganado” o santo Papa, só para conseguir a bênção de passar um período de desdobramento espiritual com ele, mas na verdade, em sua bondade amiga, recebeu-me como eu mesmo, um simples mortal com pouco a oferecer.
Acordei imediatamente depois deste encontro, e aqui estou, com uma alegria tão intensa e uma felicidade genuína no coração, com as forças físicas também refeitas.
Estiquei meu braço e peguei com pressa o meu celular ao lado da cama, mas, para desalento geral, não encontrei a filmagem. Então, corri, abri o bloco de anotações, e aqui estou eu, digitando este agradecimento para quem leu até o final deste relato verdadeiro, ao menos para mim, do meu encontro com a alma de Francisco, lá no Céu.
Que Deus abençoe a todos. E que admitamos a lição do santíssimo padre: “zelemos pelos jardins da caridade, praticando-a a nós mesmos e ao nosso próximo, todos os dias.”
Obrigado, Jesus, pelas imagens que vão ficar para sempre em meu peito.
Arthur da Paz, 26 de janeiro de 2024 às 7h da manhã
